
Hoje escolhi um poema de Mário de Sá - Carneiro, para partilhar contigo e confessar mais algumas de minhas divagações e olhares sobre o meu mundo interior, espero que leias e entendas.
"Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
(...)
Quase o mar, quase o triunfo e a chama,
Quase o príncipio e o fim - quase a expansão...
Mas na minha alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
(...)
De tudo houve um começo...e tudo errou...
- Ai a dor de ser-quase, dor sem fim...-
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...
Apenas podemos mentir para nós próprios por algum tempo.
Eu estou cansada, para não dizer assustada de novamente arriscar a amar intensamente.
Porque durante muito tempo quis viver uma realidade imaginada, sonhada, e em sonhos já voei em autênticos balões de ar quente que sobrevoaram toda a minha imaginação e pensava que isso era mar.
Não podia estar mais enganada.
Mas eu parecia sentir-me feliz ou enganava-me a mim própria.
Porque a consciência muitas vezes, era terrivelmente mordaz e no alto das minhas divagações gritantes, onde eu só escutava sininhos e passarinhos, vinha o sussuro daquela voz:
- Jeanette, não é nada disso que estás a imaginar. Tu és uma menina e estás a precisar de miminhos, mas acredita a história desse filme, dessa história de amor que estás a viver, o fim esse não é digno de um óscar.
Mas eu teimosa, sonhadora, ingénua, idealista, ignorante nem sei... optei por ignorar, negar essa voz imensas vezes, vezes demais.
Hoje já aprendi que negar a realidade, não muda a verdade sobre essa mesma realidade.
Cedo ou tarde, temos que colocar de lado a ficção e encarar a realidade de uma paixão não correspondida, de um namoro terminado, de uma amizade egoísta e unilateral e encarar o mundo de cabeça fria e rosto levantado. Foi e é isso que está a contecer comigo continuamente, desde o passado até ao futuro, passando pelo presente, não negar a realidade, o fim, a ilusão, o começo, a paixão e seguir de alma ferida até á conquista.
Mas para isso acontecer, é preciso lutar, decidir e vencer.
Para mim é sempre difícil aceitar o fim quando estamos tão próximo de conquistar algo como...
... a intensidade de um beijo, a doce calma de um verdadeiro amor, uma amizade sem barreiras ou muros...
... mas é melhor eu aceitar, chorar, lutar, decidir e vencer ainda que permaneça sozinha no meu viver.
Porque não quero alguém que não me queira....
Mas se existir a mais pequenina possibilidade que esse algo especial aconteça...eu aí também não vou desistir, vou permanecer, lutar e tentar vencer por esse amor, porque eu nasci para amar esse alguém que ainda não conheci.
6 comentários:
ADOREI O POEMA...
E concordo....temos que ser vredadeiros com o nosso eu....
Gostei mesmo deste post...
SUUUUUrrisinhos:)
Susaninha ;)
Ainda bem que gostaste e entendeste....estão aí muitas histórias por contar nessas palavras e muitos sentimentos.
Escrever permite-me limpar feridas e esperar que cicatrizem...é isso.
Zork Kissis****
p.s.
Volta sempre e sempre :P
"para nos lembrar que o amor é uma doença, quando nele pensamos ver a nossa cura"
Esta frase encerra tudo sobre o amor :) cabeça..vai de cabeça! :)
Siceramente ;)
obrigada pelas palavras simpáticas e sinceras ;)para mim o amor é quase sempre isso uma doença, mas aos poucos e poucos estou a encontrar anti-corpos para encontrar nele também a cura que preciso.
Gosto de ver-te por aqui....
Zork Kissis******
Nenhuma desilusão merece que a magia do amor se perca com ela. Porque cada um de nós tem o seu amor.
E esse amor, que pertence a cada um de nós, não depende de outro amor, em particular. Depende sim, de um amor sincero. Porque é quando dois amores sinceros se unem, que se cria a magia do amor.
Beijo,
João Pedro, como eu nunca gosto dos teus comentários...desta vez até gostei, :P
tudo se resume a isso mesmo:
"e esse amor que pertence a cada um de nós, não depende de outro amor, em particular."
Vou começar a viver esse amor que já existe dentro de mim, sem medos e talvez seja essa a magia do amor que é livre para voar, amar
(in)dependentemente....de tudo ou dos nadas da vida.
Zork Kissis***
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