Estes debates podem esgotar-se em mil e um argumentos mas no final, fico sempre com a certeza de que só eu conheço mesmo o meu ser interior e que esse conhecimento não está ao alcance de outros, por mais que eles se esforcem cheios de boas intenções, nem eu ainda alcancei a plenitude.
Terminei agora uma conversa sobre relacionamentos com um rapaz amigo, que procura dar-me algumas dicas para me ajudar no reencontro com o meu eu e com esse Outro tão especial para mim....
Ele chegou á conclusão que se esse Outro não me beija é porque não quer nada comigo, nem está preocupado a pensar nisso e que no fundo todo o homem que ama, beija intensamente o objecto do seu desejo, toma portanto ousadas iniciativas no sentido de afirmar o seu interesse pela pessoa.
Como nunca ou raramente os meus argumentos se esgotam, confessei que na minha visão das coisas, da vida, de suas paixões e desamores tudo pode ser relativo e não existem regras universais a aplicar.
Cada um sente e vive os seus amores, afectos mais profundos de forma particular...
Ou até já nisto a globalização nos agarrou com as suas potentes garras?
Será que existe um método universal de demonstrar o meu interesse no outro?
Será um beijo, o que será?
Confessei e confesso que a pessoa que mais amei e por quem fui mais amada verdadeiramente, todos os dias me dava provas desse amor e não era explícito, mas estava implicíto nos seus gestos, palavras, olhares e muitas atitudes que me deixavam a divagar no seu amor.
Rendi-me completamente a este amor que deixou em mim, as mais profundas marcas que alguma vez viverei...sem nunca ter beijado os meus lábios, sem nunca ter segurado a minha mão, todos os dias ele me dizia o quanto me amava e de formas sempre mais surpreendentes e intensas.
Estas experiências inesquecíveis, na precoce idade dos 17 anos ficaram para sempre guardadas num cantinho especial do coração e podem acreditar que este era o clímax da nossa relação...não nos sentíamos impotentes para mais...simplesmente não sentíamos necessidade de nada mais.
Era o Kamasutra do conhecimento...
A minha posição favorita no kamasutra é mesmo esta, a intensidade de duas almas que se amam apaixonadamente, que se tocam, beijam profundamente, que suspiram intensamente sem nunca os seus corpos se cruzarem ou tocarem na intimidade.
É a nudez da alma e não do corpo...isto sim pode traduzir-se no orgasmo ou clímax que muitos nunca irão sentir ou seja a satisfação, o prazer máximo de amar e ser amado.
Enquanto não estudarmos a melhor posição de conhecermos as necessidades afectivas do outro, a sua linguagem do amor...seremos sempre e sempre pessoas vazias e incompletas.
Porque a permissa do meu amigo era:
" Se ele te ama...logo ele te beija"
E a minha é:
E quantos homens já beijei e pelos quais nunca fui verdadeiramente nem de modo algum amada? Quantos?
Mas estas são apenas as minhas divagações...
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