segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Musicofilia

Estou quase a terminar o meu contrato de trabalho na instituição da qual vesti a camisola em Maio de 2010.

No sábado, dia 19 de Fevereiro, convidei alguns jovens que conheço a estarem aqui na instituição e ofertarem verdadeira música aos ouvidos dos idosos que apenas ouvem trio's suspeitos e pimbas ao domingo, dia de baile.

As pessoas vestiram-se como se viessem assistir a uma ópera e a sala encheu. Várias composições foram interpertadas por saxofones, clarinetes, violinos, guitarras, entre outros.

Eu acredito no poder da música em todos os sentidos.

Acredito que ela tem o poder de fazer arrepiar a pele, de trazer doces lembranças e de ser um verdadeiro remédio para o espírito e o corpo.

Hoje uma das funcionárias comentou que foi para casa e chorava de alegria, por tanta paz que sentiu naquele dia, por o bem que as músicas trouxeram aos ouvidos e coração dela, um coração carregado de preocupações e a entrar em rápida depressão. Outra, uma pessoa que está a viver uma fase muito complexa da vida familiar, esta manhã enquanto me deu um forte abraço, dizia:

- Voçê é linda, nem sabe o bem que aqueles momentos me fizeram...saí daqui cheia de uma nova força e vida.

E eu, que organizo estes momentos sem pensar nas consequências dos mesmos, ou seja faço isto apenas porque gosto, fico alegremente feliz pelo sentido que proporciono a pessoas que estão cansadas de tudo. A música tem este poder.

Foram apenas tocados instrumentais, mas tal como refere Oliver Sacks no livro,"Musicofilia":
"A espécie humana tem tanto de musical como de verbal."

Schopenauer afimou o seguinte sobre o poder da música:

" Tão fácil de compreender e tão inexplicável, deve-se ao facto de reproduzir todas as nossas mais profundas emoções, mas desligadas da realidade e das suas dores."

Por isso, em cada post musical que publico neste blog é mais um pouco de mim e do que estou a sentir, é a forma de aliar uma melodia ás palavras nos momentos que o meu coração ficou silente e incapaz de pronunciar em palavras o seu estado.

Sinto-me priveligiada por acrescentar algo mais á vida dos que me rodeiam e quando reclino a minha cabeça á noite na almofada, gosto de ter a consciência de missão cumprida. E que pessoas por instantes musicais esqueçam os seus traumas e medos. Não existe melhor forma de ser-se reconhecido e eu fui, no meu exercicio profissional.

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