sábado, 24 de setembro de 2016

A Solidão dos Afetos

Tenho tanto para aprender na vida que por vezes sinto que sou apenas uma criança insegura. Graças a uma infância e crescimento com ausência de afetos e cuidados, tenho um buraco na alma. Um vazio profundo, grande e difícil de preencher, o amor próprio que veio através de conquistas pessoais e profissionais ajudou a preencher um pouco, o amor da nova família e pelo casamento também. Mas eu era diferente, uma pessoa solitária e que não tinha amigos, vivia bem com isso, só buscava o amor. Buscava consolo nos passeios pelas praias desertas, nos bosques, nos livros e tinha nesses meus melhores amigos. Depois da experiência no Brasil tornei-me uma pessoa mais aberta, comunicativa e menos predisposta ao julgamento e preconceito, estava até a gostar da experiência, já que aqui em Inglaterra me faltam praias desertas e os meus pinheiros em bosques recatados, larguei os livros e fui em busca de amizades. Mas é difícil ter amigos ingleses quando não se frequenta os mesmos lugares, tais como, pubs ou discotecas e nunca de tomou álcool na vida. Então, temos conhecidos. Amigos á distância é como os amores á distância, funcionam superficialmente, para conversas bobas e fora de contextos. Amores á distância não resultam e relacionamentos também não, a alma precisa do toque da presença do outro, a tempo e fora de tempo. Tenho de passar mais tempo na minha solidão, como antigamente e apreciar o silêncio, a luz do sol, o dançar das árvores ao som encantando do vento e livros, muito livros. Que nunca mais me volte a faltar o amor próprio, o sol, a luz e o ar para respirar e eu sempre os busque, porque eles se doam a todo o tempo e são essenciais, que eu também me saiba doar aos outros e sem exigir, seguir pela vida feliz.




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