
Foi apenas há uns dias atrás, quando eu dirigia o meu carro, numa sexta-feira á noite, para ir ter com uns amigos, que fui surpreendida por um aparato policial, de bombeiros e polícia técnica na pacata freguesia onde moro.
Percebi que alguma coisa muito grave tinha sucedido, mas estava longe de mim, imaginar a realidade violenta, sádica e horrível do que tinha em verdade acontecido.
Soube mais tarde que, uma jovem mulher tinha discutido com o seu companheiro e que tinha já por diversas vezes sido vítima de agressões, optou por encontrar refúgio em casa de familiares.
De todas as formas, o agressor conseguiu encontrá-la e, quando estava perto de alcançar os seus objectivos sádicos, telefonou para ela a prevenir de iria encontrá-la.
A jovem ficou em pânico e por certo, já esgotada com outras medidas e pedidos de socorro que se revelaram inúteis, resolveu não ser mais dominada pelo medo e defender-se do agressor, ou seja, " fazer justiça pelas próprias mãos". Antes ele, do que ela, deve ter pensado.
Foi à drogaria e comprou uma arma branca, nada mais, do que um machado...
A discussão naquela noite terminou na rua, onde ela foi ao encontro dele e tentou defender-se, mas ...a força dele e a malvadez levou a extremos e ela terminou sem vida no chão, mutilada da cabeça até aos pés.
Descrevo este episódio, por ser horrível o que aconteceu, mas também para alertar para vários aspectos que todos devemos ter em atenção, e isto penso eu nas minhas divagações.
Aquela mulher já tinha ido ao hospital várias vezes, segundo depois veio a saber-se com maus tratos.
Percebi que alguma coisa muito grave tinha sucedido, mas estava longe de mim, imaginar a realidade violenta, sádica e horrível do que tinha em verdade acontecido.
Soube mais tarde que, uma jovem mulher tinha discutido com o seu companheiro e que tinha já por diversas vezes sido vítima de agressões, optou por encontrar refúgio em casa de familiares.
De todas as formas, o agressor conseguiu encontrá-la e, quando estava perto de alcançar os seus objectivos sádicos, telefonou para ela a prevenir de iria encontrá-la.
A jovem ficou em pânico e por certo, já esgotada com outras medidas e pedidos de socorro que se revelaram inúteis, resolveu não ser mais dominada pelo medo e defender-se do agressor, ou seja, " fazer justiça pelas próprias mãos". Antes ele, do que ela, deve ter pensado.
Foi à drogaria e comprou uma arma branca, nada mais, do que um machado...
A discussão naquela noite terminou na rua, onde ela foi ao encontro dele e tentou defender-se, mas ...a força dele e a malvadez levou a extremos e ela terminou sem vida no chão, mutilada da cabeça até aos pés.
Descrevo este episódio, por ser horrível o que aconteceu, mas também para alertar para vários aspectos que todos devemos ter em atenção, e isto penso eu nas minhas divagações.
Aquela mulher já tinha ido ao hospital várias vezes, segundo depois veio a saber-se com maus tratos.
E eu pergunto:
-Onde estavam os médicos e profissionais da saúde que são obrigados a reportar estes crimes? A fazer as devidas inquirições para proteger esta vida? Foram feitos todos os esforços?
- Na noite fatídica, ele gritava com ela do lado de fora e esteve ali horas até a obrigar a sair de casa. Porque fecharam os olhos, as pessoas do prédio e até as que por ali passavam e, seguiram com as suas vidas...sem ter telefonado à polícia...bastava uma denúncia anónima. Uma pessoa estava em risco, estava a ser ameaçada.
- Na noite fatídica, ele gritava com ela do lado de fora e esteve ali horas até a obrigar a sair de casa. Porque fecharam os olhos, as pessoas do prédio e até as que por ali passavam e, seguiram com as suas vidas...sem ter telefonado à polícia...bastava uma denúncia anónima. Uma pessoa estava em risco, estava a ser ameaçada.
- Estão as autoridades policiais adequadamente formadas para compreender a gravidade da situação e dar respostas eficazes, em tempo útil a estas situações?
Parece-me que...
Estas são apenas algumas divagações sobre este tema, e tu o que achas?
Esta vai ser durante esta semana uma rubrica aqui do "Olhares e Divagações" e, porque aqui também se discutem assuntos sérios, gostava que tu que espreitas este cantinho, comentes e deixes a tua nota sobre este assunto difícil.
5 comentários:
É incrível, constatar que uma relação amorosa, que normalmente começa com olhares cumplices,conversas amigáveis e desejo de partilha de tudo: tempo, espaço, responsabilidades, afazeres e do próprio ser, possa terminar de forma tão trágica, tão oposta a tudo que se possa chamar de Amor!
Porque é que não pensamos no que tivemos de melhor e não refazemos as nossas relações? Nos casos em que isto se torna impossível, porque será que o ser humano não recua e se retira de uma situação que faz com que venha ao de cima tudo o que é de pior em si próprio? O orgulho e o egoísmo têm resultados trágicos! Esta é a minha análise sem estar ao corrente de muitos pormenores. No entanto, não poderia deixar de comentar a apatia dos serviços e dos civis: é de lamentar, será que ainda não aprendemos a lição de fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós? Será que o civismo é um conceito que ainda não interiorizámos, desde um simples deitar um lenço de papel para o chão, até ao facto de não participar uma ocorrência na via pública (ou mesmo na privacidade de uma qualquer habitação)que promete pôr em perigo a vida de alguém? Estará o problema na mentalidade portuguesa típica de que "não há-de ser nada" ou no egoísmo do ser humano que clama: "Eles que se entendam...?
Há dias assisti a um episódio de violência no metro que, se não interviéssemos, possivelmente teria terminado com uma senhora morta na linha.
A senhora entrou no metro viva e impressionada por alguém se ter preocupado com ela. Eu disse ao segurança: o marido vai-lhe bater quando chegarem a casa.
O segurança respondeu: mas isso já não é nada connosco.
Fico completamente absorta com isto. É problema meu, sim. É o meu mundo também.
Luísa,
Subscrevo totalmente, aquilo que dizes.
E ainda mais quando aafirmas o seguinte:
"Estará o problema na mentalidade portuguesa típica de que "não há-de ser nada" ou no egoísmo do ser humano que clama: "Eles que se entendam...?"
Parece.me a mim, que o problema é o egoísmo humano, que nos faz ficar indiferentes perante cenas gritantes como estas. E nestas questões não existe mentalidade portuguesa, existe sim o egoísmo humano...mas ainda bem que existem pessoas diferentes.
E é na esperança de desbloquear preconceitos e criar oportunidades para reflexão, que estamos a abordar este assunto, acreditando que quem fala um dia terá menos medo de intervir...se necessário.
p.s. gosto muito das tuas intervenções, continua a visitar o olhares e divagações...espero reler-te mais vezes.
Zork Kissis*****
Humming;
Uma das coisas que pensei, sobre o facto de aquela mulher ter tentado fazer justiça pelas próprias mãos, foi talvez ter sentido, que durante todo o historial de agressões de que tinha sido vítima...poucas eram as pessoas que demonstravam verdadeiro interesse e preocupação por ela.
Por isso, quando dizes:
"A senhora entrou no metro viva e impressionada por alguém se ter preocupado com ela."
Tenho a certeza de que apesar de não saberem o que aconteceu depois, fica a esperança de que ela conseguiu ganhar alento, para lutar contra os seus medos e quem sabe, procurar ajuda profissional.
São pequenos gestos como o desse dia, que salvam vidas e podem apenas durar segundos, mas os resultados perduram...
Obrigada pela tua partilha, são experiências destas, que precisamos ouvir com mais frequência, para também nos sentirmos encorajados a agir de igual forma em situações semelhantes.
Zork Kissis
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