Domingo á tarde, aproveitei para ir até um lugar de paz e optei por ficar numa Quinta muito bonita, a gozar a beleza do céu azul, a relva onde podia descansar o olhar e ver as famílias a interagirem.
Por último naquele dia, desejei no íntimo do meu coração que os casais apaixonados que por ali passeavam com os seus rebentos, tão mimados e acarinhados, nunca venham a sofrer a dor de um divórcio, que os filhos nunca percam o amor forte e protector do pai e o aconchego do colo de suas mães.
Como eu desejei que aqueles pequeninos, não vivam a dor que um dia experimentei.
A relação com o meu pai sempre foi distante, porque foram poucas as expressões de amor e afecto que tive o privilégio de gozar com aquele que era o meu ídolo de infância. Eu defendia-o de todos os insultos racistas que ouvia no colégio, ele era o mais forte, o mais alto, o melhor em tudo...ele era (é) o meu mundo.
Mas ele poucas vezes me defendeu dos insultos na escola, do bullyng persistente e eu fui ficando cada dia mais desapontada e sem certezas de qual era o meu lugar e importância na vida dele, situação que só veio a agravar.se com o divórcio dos meus pais.
Mas um dia, tudo mudou e, esse dia foi quando ele em lágrimas pediu.me perdão por tudo o que tinha perdido, por não ter me acompanhado nas idas à praia, às reuniões de pais na escola, nos deveres escolares, por não ter limpado a lágrima que caia teimosa do meu rosto, pediu perdão por não ter ouvido as minhas confissões de adolescentes em relação a rapazes e amores platónicos, enfim por tudo.
E desde que saí do hospital há um ano e seis meses, tudo mudou porque ele teve um medo terrível de me perder e agora agarra-me e proteje-me com as duas maõs e eu sei hoje como nunca experimentei, que o meu pai é o meu amado e eu sou dele.
Porque vos conto estas coisas? Porque tive vontade de renascer quando li aquilo que o João Pedro do "Escrita Lambida"
fez-me divagar com o post em que ele falava sobre as alegrias de ser pai.
Ao ler este texto, fiquei sem palavras...só um sentimento ficou e digo isto de verdade... tive vontade de entregar estas palavras ao meu pai e depois voltar a entrar no ventre de minha mãe.
Tenho a certeza de que muitas vidas seriam salvas pelo poder destas palavras, pelo menos na minha familia, em que todos precisavam renascer para o amor e o significado da palavra amar, não só como expressão da vontade, mas em acções concretas que estão presentes, mesmo quando os sentimentos estão com batídas fracas e ténues... que o amor jamais conhecesse um fim.
Por favor, leiam o texto do João Pedro, porque é de uma beleza fenomenal e de uma ternura incomparável, eu mesma renasci com aquele texto e é impossível ficar indiferente.
9 comentários:
O amor é como a vida, vai amadurecendo com o passar do tempo. Claro que isso não justifica a ausência de actos, de carinho e amor. É a perda iminente de algo que nos é especial, que despoleta em nós sentimentos recalcados. Por vezes chegam tarde demais, mas a verdade é que sempre estiveram lá! :)
(Aquele texto deu-me vontade de me oferecer ao moço para ser Mãe dos filhos dele.)
Palavras sinceras e sentidas as tuas.
Gosto de aqui passar.
Beijinho,
Alice
Ja li, aquele JP diz as coisas mais lindas que uma pessoa possa ler. Quem me dera que ele fosse o pai do meu filho, ou que o pai do meu filho fosse como ele...
Only Words ;)
Somos tão contraditórios...porque queremos ser amados e por vezes esquecemo.nos de ser amáveis. E só o medo de perder alguém, é que nos faz reagir, porque em último lugar nos lembra a nossa vulnerabilidade e fragilidade perante a vida.
Beijinhos ternurentos, pa ti****
Alice;
ainda bem que gostas de aqui passar...também gosto de te encontrar por aqui.
Zork Kissis****
Jú...
Sem palavras, é verdade o JP tem uma sensibilidade extraordinária, felizes de nós que o podemos ler.
post scriptum...
Agora querem ser mães dos filhos do JP...nunca pensei provocar este efeito aqui na blogo esfera. Ai minha vida....
Zork Kissis****pa todas as menina, voçês fazem.me sorrir com os vossos comentários ;)
Fiquei sem palavras depois de ler este texto, “Amor de Pai”. Até hoje, ninguém me tinha feito sentir tão grato por escrever, como tu fizeste agora. Deixaste-me tão embevecido, que até deu nó na garganta.
Que dizes de fazermos uma promessa um ao outro?
Prometermos que, quando chegar a nossa vez, não nos vamos contentar com o sentir do amor por "eles", como os nossos pais fizeram connosco.
Vamos demonstrá-lo, Jeanette. Vamos partilhar esse amor...
Beijo,****
João Pedro;
Ainda bem que gostaste do que escrevi, foi sincero e brotou das minhas experiências de filha. Porque foi e continua a ser sempre bom redescobrir o amor de meu pai.
Eu quero muito fazer essa promessa que me lançaste, e fica aqui registada... de que quando eu tiver o privilégio de viver a maternidade, quero acompanhar todas as fases e ajudá.los a crescer, estando presente o suficiente para os orientar e longe o bastante, para nunca impor nada e aceitar a individualidade deles.
Prometo.te João Pedro,que vou procurar que eles gozem de uma paternidade autêntica, um pai que procura dar a melhor formação aos seus, que brinca com eles, que sabe mostrar os seus sentimentos, mas não ser dominado por eles, que orienta nas escolhas...que viaja com eles, que transmite valores e os trata como filhos, no pleno sentido da palavra.
Prometo que desde o nascer do sol, até ao pôr.do.sol de cada dia e sempre, vou demonstrar a eles tudo o que a mim foi roubado, numa infância pouco feliz.
Quero formar uma família feliz e equilibrada...prometo a ti e a todo o Universo, que vou lutar por essa causa, com todas as forças do meu ser.
Só me apetece acabar esta frase com a exclamação:
"I Have a Dream...That one Day my Children..."
Beijo****
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