segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Amor de Pai



Domingo á tarde, aproveitei para ir até um lugar de paz e optei por ficar numa Quinta muito bonita, a gozar a beleza do céu azul, a relva onde podia descansar o olhar e ver as famílias a interagirem.


Por último naquele dia, desejei no íntimo do meu coração que os casais apaixonados que por ali passeavam com os seus rebentos, tão mimados e acarinhados, nunca venham a sofrer a dor de um divórcio, que os filhos nunca percam o amor forte e protector do pai e o aconchego do colo de suas mães.


Como eu desejei que aqueles pequeninos, não vivam a dor que um dia experimentei.


A relação com o meu pai sempre foi distante, porque foram poucas as expressões de amor e afecto que tive o privilégio de gozar com aquele que era o meu ídolo de infância. Eu defendia-o de todos os insultos racistas que ouvia no colégio, ele era o mais forte, o mais alto, o melhor em tudo...ele era (é) o meu mundo.


Mas ele poucas vezes me defendeu dos insultos na escola, do bullyng persistente e eu fui ficando cada dia mais desapontada e sem certezas de qual era o meu lugar e importância na vida dele, situação que só veio a agravar.se com o divórcio dos meus pais.

Mas um dia, tudo mudou e, esse dia foi quando ele em lágrimas pediu.me perdão por tudo o que tinha perdido, por não ter me acompanhado nas idas à praia, às reuniões de pais na escola, nos deveres escolares, por não ter limpado a lágrima que caia teimosa do meu rosto, pediu perdão por não ter ouvido as minhas confissões de adolescentes em relação a rapazes e amores platónicos, enfim por tudo.


E desde que saí do hospital há um ano e seis meses, tudo mudou porque ele teve um medo terrível de me perder e agora agarra-me e proteje-me com as duas maõs e eu sei hoje como nunca experimentei, que o meu pai é o meu amado e eu sou dele.


Porque vos conto estas coisas? Porque tive vontade de renascer quando li aquilo que o João Pedro do "Escrita Lambida"
fez-me divagar com o post em que ele falava sobre as alegrias de ser pai.

Ao ler este texto, fiquei sem palavras...só um sentimento ficou e digo isto de verdade... tive vontade de entregar estas palavras ao meu pai e depois voltar a entrar no ventre de minha mãe.

Tenho a certeza de que muitas vidas seriam salvas pelo poder destas palavras, pelo menos na minha familia, em que todos precisavam renascer para o amor e o significado da palavra amar, não só como expressão da vontade, mas em acções concretas que estão presentes, mesmo quando os sentimentos estão com batídas fracas e ténues... que o amor jamais conhecesse um fim.


Por favor, leiam o texto do João Pedro, porque é de uma beleza fenomenal e de uma ternura incomparável, eu mesma renasci com aquele texto e é impossível ficar indiferente.

9 comentários:

Only Words disse...

O amor é como a vida, vai amadurecendo com o passar do tempo. Claro que isso não justifica a ausência de actos, de carinho e amor. É a perda iminente de algo que nos é especial, que despoleta em nós sentimentos recalcados. Por vezes chegam tarde demais, mas a verdade é que sempre estiveram lá! :)

Alice disse...

(Aquele texto deu-me vontade de me oferecer ao moço para ser Mãe dos filhos dele.)
Palavras sinceras e sentidas as tuas.
Gosto de aqui passar.
Beijinho,
Alice

Jujikas disse...

Ja li, aquele JP diz as coisas mais lindas que uma pessoa possa ler. Quem me dera que ele fosse o pai do meu filho, ou que o pai do meu filho fosse como ele...

Irina Jeanette disse...

Only Words ;)

Somos tão contraditórios...porque queremos ser amados e por vezes esquecemo.nos de ser amáveis. E só o medo de perder alguém, é que nos faz reagir, porque em último lugar nos lembra a nossa vulnerabilidade e fragilidade perante a vida.

Beijinhos ternurentos, pa ti****

Irina Jeanette disse...

Alice;

ainda bem que gostas de aqui passar...também gosto de te encontrar por aqui.

Zork Kissis****

Irina Jeanette disse...

Jú...

Sem palavras, é verdade o JP tem uma sensibilidade extraordinária, felizes de nós que o podemos ler.

Irina Jeanette disse...

post scriptum...


Agora querem ser mães dos filhos do JP...nunca pensei provocar este efeito aqui na blogo esfera. Ai minha vida....

Zork Kissis****pa todas as menina, voçês fazem.me sorrir com os vossos comentários ;)

Unknown disse...

Fiquei sem palavras depois de ler este texto, “Amor de Pai”. Até hoje, ninguém me tinha feito sentir tão grato por escrever, como tu fizeste agora. Deixaste-me tão embevecido, que até deu nó na garganta.

Que dizes de fazermos uma promessa um ao outro?
Prometermos que, quando chegar a nossa vez, não nos vamos contentar com o sentir do amor por "eles", como os nossos pais fizeram connosco.
Vamos demonstrá-lo, Jeanette. Vamos partilhar esse amor...

Beijo,****

Irina Jeanette disse...

João Pedro;

Ainda bem que gostaste do que escrevi, foi sincero e brotou das minhas experiências de filha. Porque foi e continua a ser sempre bom redescobrir o amor de meu pai.

Eu quero muito fazer essa promessa que me lançaste, e fica aqui registada... de que quando eu tiver o privilégio de viver a maternidade, quero acompanhar todas as fases e ajudá.los a crescer, estando presente o suficiente para os orientar e longe o bastante, para nunca impor nada e aceitar a individualidade deles.

Prometo.te João Pedro,que vou procurar que eles gozem de uma paternidade autêntica, um pai que procura dar a melhor formação aos seus, que brinca com eles, que sabe mostrar os seus sentimentos, mas não ser dominado por eles, que orienta nas escolhas...que viaja com eles, que transmite valores e os trata como filhos, no pleno sentido da palavra.

Prometo que desde o nascer do sol, até ao pôr.do.sol de cada dia e sempre, vou demonstrar a eles tudo o que a mim foi roubado, numa infância pouco feliz.

Quero formar uma família feliz e equilibrada...prometo a ti e a todo o Universo, que vou lutar por essa causa, com todas as forças do meu ser.

Só me apetece acabar esta frase com a exclamação:

"I Have a Dream...That one Day my Children..."

Beijo****


Layout: Bia Rodrigues | Tecnologia do Blogger | All Rights Reserved ©