Gosto de pensar na minha casa como um porto de abrigo e embora muitas vezes não a sinta como tal, gosto de pensar que é um refúgio para os outros...
Esta semana soube através de uma pessoa amiga de um jovem com apenas 16 anos que está a viver em situação de sem-abrigo e isso causou-me imediatamente alguma confusão, porque ele não é português e está no nosso país apenas há um punhado de meses, sem ligações familiares directas. Outros familiares mais distantes, não abrem as portas dos seus corações e lares, mas eu não consegui ficar indiferente á realidade de vida do Fábio.
Ele é um jovem bastante tímido e introvertido, mas gentil e lembrei de perguntar se ele não gostaria de ficar a viver aqui em casa até outros soluções aparecerem...ele imediatamente afirmou que sim!
Já consegui dar-lhe o meu antigo quarto, que fiz questão de limpar e redecorar, dar-lhe todos os itens necessários á sua estadia, que espero seja o mais confortável possível, não importando se é curta ou prolongada.
Consegui integrá-lo num projecto de intervenção social, o qual estou a coordenar e onde ele realizará algumas tarefas e actividades durante uma semana para depois ganhar algum dinheiro com isso e manter a sua dignidade e auto-estima e, para além de se sentir seguro e protegido que é tão importante nestas idades.
Espero que o Fábio goste de estar por aqui e tenha sempre alento para resolver os seus muitos dilemas.
E eu espero continuar a ser um remo com que Deus rasga caminhos pelo mar...
E que a minha casa seja sempre um lugar de refúgios secreto e quietude para todos os estrangeiros deste mundo egoísta...
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