sábado, 8 de maio de 2010

Morrer e Renascer - Uma História de Vida II

(foto de Olhares.Com)
A partir deste momento, vou partilhar acontecimentos da minha curta história de vida, momentos que me marcaram de formas muito positivas, apesar do carácter dessas experiências terem sido única e exclusivamente de carácter negativo.
Completam agora 2 anos desde o dia em que saí do Hospital, depois de estar internada alguns longos dias, descerebrada e em estado de COMA.

Não me lembro de quase nada do que aconteceu naqueles dias fatídicos, nem mesmo do depois, mas são essas escassas lembranças que quero guardar comigo para sempre, porque recordar é sinónimo de aprender e viver... pelo menos quando permitimos que assim seja.
Sei que nos dias que estive em coma, experimentei a melhor sensação da minha vida...não consigo descrever a paz, descanso e alívio que o meu cansado espírito, frustrado e desesperado viveu naqueles dias. O meu corpo parecia liberto da alma e, posso dizer que quase de uma forma transcendente.
Sentia -me envolta por um tranquilo nevoeiro que me protegia de ondas de calor excessivas, aquele nevoeiro abraçava-me de uma forma extraordinária, quase como o abraço de um amigo.

Durante esse período de COMA crítico, em que as hipóteses de sobreviver a tão terrível experiência eram completamente desanimadoras para toda a equipa de médicos que me cercava.

E eu sei que os médicos não acreditavam que eu saísse daquele lugar pelos meus próprios pés...o que realmente não veio a acontecer..mas saí e estou aqui para partilhr contigo, não só as minhas vitórias, mas também os meus fracassos porque foram eles que me ajudaram a ser quem hoje sou.

Aos poucos e poucos vou abrindo e desfolhando as páginas deste livro que conhecerá um final muito feliz...

Mas posso dizer-te que desde aquele dia nunca mais receei a morte, entendo ela como o sono tranquilo de uma criança e se a morte pode ser algo de positivo e bom, a vida pode e deve sê-lo a dobrar, para quando fecharmos os olhos, seja para descansar tranquilos e com a certeza de missão cumprida.

Estou viva porque há dois anos atrás no "Concílio dos Deuses", decidiu-se que a hora ainda não era chegada para eu partir...ainda tinha muitas missões a cumprir e ....mais não digo, por agora.



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