domingo, 24 de outubro de 2010

Love Expires.....


Quarta -Feira á tarde e eu estava com a pior e maior neura de que tenho memória.

Sentia-me mal comigo própria e estava zangada com o mundo inteiro, só queria desaparecer. Os pensamentos davam mil voltas á minha cabeça e não encontravam um sentido, uma saída.

Tantas vezes que tive certeza de tudo, que sorri para a vida e para o mundo, mas agora só queria chorar e experimentar em mim a imortalidade mortal; aquela que fere e suaviza instantaneamente a miserável existência humana...

.... por isso corri e desapareci sem olhar para trás, não procurei estradas, nem direcções, apenas conduzi sem destino e, quando dei por mim eis que estava no lugar onde todos os amores nascem e morrem, os do presente, do passado e do fututo também.

Estava parada a observar para aquele lugar mágico e poderoso que consegue com um sorriso, derrubar as ondas fortes que assolam o meu coração, eu havia sem perceber chegado á praia e como quem se fecha dentro de um caixão, deitei-me na areia, fechando os olhos para a vida, o magnífico pôr-do-sol e toda a beleza que me rodeava.

- Vou dormir! Vou dormir para esquecer as dores que me assolam.

Fechei os olhos e julguei estar anestesiada para a dor de viver sem o teu amor....

Mas eis que repentinamente, alguém toca o meu rosto com a maior delicadeza do mundo, levemente, muito levemente, fazendo-o erguer do pó e da areia fria naquele final de tarde na praia.

Relutante, ergo os meus olhos e eis que ao longe formas delicadas se levantam por entre as ondas do mar calmo.... suaves, surgem os contornos de três seres livres que percorrem as águas frias do oceano, mas que pela primeira vez chegam áquele lugar, sombrio para mim e acolhedor para eles. Sorrio, ao ver por entre os progenitores surgir a fraca, delicada figura do mais lindo bébé golfinho que alguma vez tinha visto.

Levantei-me e corri em direcção ao mar, em busca de liberdade, de amor próprio, paixão pela vida e felicidade....queria voltar a sorrir, a cantar e sem ninguém a me impedir....

Naquela tarde, nadei nas ondas calmas do oceano, sabendo que tal como aquelas criaturas também eu posso ser livre, se o escolher ser, e nadei até as primeiras estrelas aparecerem no céu ao entardecer, lembrando a minha solidão e como o amor pode ser um lugar estranho e frio para nele permanecer.

Voltei uns dias mais tarde, também ao entardecer e depois de ter escolhido não voltar a amar, não voltar a me entregar e eis.... que o amor volta a derrubar-me para o chão e eu sem forças para me erguer, oiço-o falar....

Mas as palavras do amor, já não me soaram a estrofes de poemas para me embalar, as suas rimas não formavam estrofes perfeitas e vi como o amor pode ser inconveniente, inoportuno e egoísta. Não posso aceitar as suas declarações, o amor também mente, engana e sinceramente nele não consegui encontrar a verdade que tanto procuro.

Por instantes, quis acreditar naquele amor, mas isso implicava esquecer-me de mim, desistir daquilo que acredito ser e sou.......por dias e algumas noites fiquei inebriada, como se uma bebida proibida tivesse sido por mim digerida, mas não totalmente saboreada...aquela bebida desceu e passou pelo meu coração, sem nunca ter estado nas minhas mãos ou sequer tocado nos meus lábios.

Hoje escolhi deixar esse amor mas, se algum dia ele mudar e decidir tocar o meu corpo e beijar os meus lábios, ai sim saberei que me ama, que deseja e suspira por mim como a mentira contada pela verdade.

Não sei quem és....Não sei quem sou....Não sei quem seremos....Talvez sejas nada...Talvez eu não exista e quem sabe tu e eu, não somos nada mais que uma mera quimera....sonhada, desejada porque eu amo o ímpossível, no entanto, o possível.... esse não o quero, rejeito-o e lamento, lamento, mas não vou voltar a acreditar em ti, meu amor, minha verdade!

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