quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Start Of My Heart



Vou partilhar isto contigo e lamento imenso as semelhanças entre um romance de Nicholas Sparks e os acontecimentos abaixo descritos, é que eu nem gosto do senhor, mas aquilo que vivo é demasiado descritivo para uma narração insípida de factos.

Ontem estive em casa dele a ajudar a mudar e desmontar mobílias, especialmente no quarto dele e á medida que desmontávamos armários, eu abría as gavetas.... e para grande surpresa minha, fui encontrando todas as lembranças que um dia ofertei a ele. Tudo, desde pulseiras, postais, recordações de viagens por outros países, da maior á mais pequenina e, sem esperarmos ia sendo desenterrado o nosso percurso enquanto amigos, quando ainda nada fazia acreditar no amor correspondido.

E eu, ali a colocar tudo em caixas que O levarão para tão longe do mundo e de mim, senti faltarem -me as forças e ainda pensei não sentir nada daquilo,mas as lágrimas vieram aos olhos.

Comecei a entristecer-me muito e para que ele não percebesse retirei-me para outro lugar, levava o coração e o diário escrito para ele nas mãos e uma vez lá, chorei bastante.

No fim, mais calma lavei o rosto e pensei:

- Isto vai passar e um dia não muito longe vou deixar de associar sentimentos a acontecimentos, vou ser mais racional, vou obedecer ás leis fixas do Universo sem vulnerabilidades ou sem tropeçar em lixo espacial que por aqui transita nesta mente peregrina.

Acabei a adormecer na sala com todo o cansaço, levantei e fui tonta de sono para casa, mas depois percebi que ele estava sozinho e tinha imenso por fazer, mudei de roupa, calcei uns ténis e desci a rua ao encontro dele...trabalhámos imenso e fizemos como sempre uma equipa extraordinária...sem quase palavras e no silêncio dos pensamentos alí esvaziámos o coração de esperanças de ficarmos juntos outra vez, os segredos, os desejos, as aspirações foram todas embaladas em caixas devidamente seladas e que posteriormente serão enviadas para lugares perdidos da mente e do consciente.

Tentei não chorar novamente, mas enquanto ele preparava o sumo de frutas natural, elasvoltaram a rolar e novamente fui obrigada a afastar-me. Segundos mais tarde voltei, mais recomposta e forte.

Entendo agora que tudo isto é um processo, o amor é dor e até que a dor passe só é preciso afastar, chorar a sós e, depois de respirar bem fundo regressar ao mesmo amor, já sem dor, apenas com sentimentos de paz, porque ainda nos restam alguns segundos, horas, minutos e dias para deixar algumas caixas e questões em aberto.

No final, sentámo-nos a ver a série televisiva Friends e rimos juntos....e foi aqui que ele inclinou a cabeça no meu ombro e deixou-se aquietar ali durante muito tempo, um tempo que ficou.

Quando ele se despediu de mim naquela noite, abraçou-me e apertou-me, agradecendo por as forças que eu tinha conseguido reunir para fazer tudo aquilo com ele e por ele e deixou-me estar quieta a respirar o cheiro doce de um corpo cansado, refrescado pela conquista de objectivos e com o agradável perfume que usava...ele aconchegou-me o coração, ele percebeu a minha luta e dificuldade. Confessámos o que sentimos um pelo outro e sim, despedimo-nos com saudade e ternura ...eu sei que sou amada, eu sei!

Estou em processo de decisão para saber e decidir qual a prateleira da minha vida em que vou arrumar este amor, este homem; porque com todas as mudanças a que vamos estar sujeitos nos próximos tempos, nem eu sei se arrumo tudo em prateleiras visíveis e á mão ou se simplesmente encerro as caixas, e com o coração selado, viajo para outro lugar do mundo em busca de outros (des)encontros.

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