quarta-feira, 27 de abril de 2016

Detox

Detox, algo tão famoso e a que todas as pessoas que gostam, aderem com vaidade, colocando fotos no Instagram ou fazendo vídeos para o YouTube, mostrando seus ingredientes secretos e os resultados que pasmam a quem vê.

Aconselho vivamente a que todos pelo menos uma vez no ano sujeitemos o nosso corpo a uma dessas Detox, no mínimo. Porque é saudável e permite dar um bust nos órgãos internos e na saúde física.

Mas e um Detox da alma, dos pensamentos e do ser?

Durante todo o ano vamos vivenciando experiências, conhecendo pessoas, carregando emoções que ficam acumuladas em nós. Experiências boas e ruins que vão criando em nós alguma sujidade de alma, uma falta de respirar saudável, uma surdez absurda e sobretudo depois de vivermos experiências ruins, a nossa empatia diminui, o querer estar com o outro já não é a mesma e nos tornamos seres egoístas e não no bom sentido.

Eu e o Rafha, desde que chegamos em Inglaterra, a bem dizer foram poucos os amigos que fizemos. Aqueles de contato permanente, para sair, rir e brincar todas as semanas, simplesmente não existem. Jovens da nossa idade, amigos de um ou do outro também não, ficamos só nós, e tudo o que era bom e mau era absorvido apenas pelos dois. Discutido, conversado, vivido e superado entre mim e ele. Com o tempo, e por não termos outros meios de escape, fomos ficando isolados, a sujeira tal como a beleza do dia a dia era só capturada por estes dois corações.

Sinto hoje, que fomos acumulando sujeira no nosso interior e no meio de nós, tal como todos os casais as brigas e os desentendimentos, normal, só que não!

Hoje estamos longe um do outro, conversamos ao telefone e sentimos saudades um do outro. Vendo bem agora, esta desintoxicação é necessária e valiosa. Existe um ideal budista que refere que apenas jogando o velho fora, o novo pode assumir e florir.

Fazer um clean das roupas velhas, sapatos, mobílias, e trazer coisas novas para a vida.

Esta separação entre nós, veio permitir a reflexão sobre aquilo que precisava ser feito há muito tempo: namorar.

É preciso ir buscar as coisas boas, o namorar, conversar, sentir saudades, trocar novas experiências individuais que os dois estejam a viver com fascínio.

O casal deve ter outros além de si mesmos; amigos para sair, dar risadas, partilhar e depois voltar para a nossa outra pessoa e partilhar com riqueza tudo o que se viveu.

Um casal não deve viver só um para o outro, esse zelo é excessivo e mortal. Devemos prosseguir com os afetos fora do círculo familiar mais próximo.

Estamos ansiosos por sexta-feira, já fiz alguns trajetos e passeios mentais para fazermos juntos e atividades toscas, mas vai ser lindo, tenho a certeza.

Fico por aqui, vou continuar a limpeza do coração e quando ele ou um novo alguém chegar tenho água pura e refrescante do meu ser para oferecer ao invés de queixumes baratos, brigas que se acertam, terei algodão doce rosa e pipocas de caramelo para todos também.

Até lá em modo Detox!

Beijinhos ❤️

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