sábado, 10 de maio de 2008

Casar a todo o Custo

Praticamente toda a gente assumiu, num dado momento da sua vida, que tarde ou cedo, casaria.
Para alguns, foi sempre ponto assente. Em pequeninos, elas brincaram com bonecas, «às mães», e eles defendiam os mais novos, os mais fracos e as meninas com espírito de perfeito chefe de família...sempre souberam que queriam casar, ter filhos e ganhar dinheiro.

Outros nunca pensaram muito no assunto. Nunca aspiraram ao casamento como vocação, mas, sabiam que, um dia, casariam, teriam uma companheira, crianças para levar ao cinema e ao jardim zoológico e, talvez, um cão.

Claro que há uns tantos que decidiram casar e nunca o fizeram, porque não calhou ou porque, simplesmente, encalharam nalgum ponto do trajecto.

E também há, os que casaram pouco, tão pouco que a única coisa que os obriga a recordar a situação é o estado civil no bilhete de identidade.

Curiosamente, aquilo que parecia um dos contratos mais intímos e descomprometidos de representações sociais de especial impacto, foi-se descomplicando a uns níveis e complicando a outros. Deixou de ser um negócio de grupos e famílias, mas passou a ser uma meta pessoal, em tudo idêntica a ter um curso, casa própria ou um seguro sofisticado.

Claro que há coisas mais graves, mas é um desperdício tratar as relações afectivas como se fossem parte integrante da «carreira». É um desperdício ouvir alguém dizer: «mesmo que depois me divorcie,sempre fica melhor já ter sido casado» ou «não posso esperar mais tempo sob pena de que achem que tenho algum defeito»
Parece mal ser solteiro a partir de uma certa idade,ou continuar divorciado alguns anos após a separação.Não ajuda as promoções, inviabiliza algumas carreiras, sobretudo as públicas, e abre suspeitas sobre a orientação sexual, a estabilidade afectiva e a capacidade de liderar pessoas.

E além de ser desperdício tratar o casamento uma relação devida á omnipresente cultura de fachada, é uma inutilidade:aguenta-se pouco tempo e não serve para nada.

Somos nós que a cada momento da nossa vida, operamos o sentido de cada coisa e de cada pessoa. Somos nós que amamos e, ao amarmos, damos ao outro um lugar central, o carregamos de expectativas e de desejos. Fazemos e desfazemos...e se é verdade que as nossas fidelidades nos dão prazer, as nossas infidelidades, essas, pagamo-las sempre, porque só nós as sabemos, só nós as sentimos e só nós as sofremos.

2 comentários:

Ezequiel B. Duarte disse...

O casamento serve duplicar as alegrias e dividir as tristezas...

Irina Jeanette disse...

Ena pah..Ezequiel
:P eheheeheh que bom que foi encontrar alguém a deambular por estes lados...eu já tinha desistido ... até porque o deserto do Saarah chega a ter muito mais movimento.

Em relação aos casamentos... não é nenhum conto de fadas ( eu que até sou perita na matéria...bahhhh) mas se fosse um conto de fadas, parece-me que no final teriamos algo como:
" E nunca mais foram felizes para sempre"
Mas isto deixo para os especialistas que têm feito carreira na matéria comentarem, porque na realidade sou apenas uma leiga.
beijos****


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