quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Água de Côco - Uma história Invulgar de Imigração!


Existem muitas razões e todas elas podemos considerar determinantes para que uma pessoa decida sair da familiaridade que é estar no seu país, junto dos seus e sair para viver em um lugar estranho, desconhecido e tantas vezes distante demais para conseguir manter uma ligação efetiva. Muitos decidem sair de seus países de origem por questões exclusivamente econômicas  sacrificando o amor á família...quantos homens partem e quantas mulheres ficam. No atual contexto da crise econômica global, ondas extensas de imigração têm colocado o mundo a girar sobre o seu próprio eixo em velocidades de idas e vindas alucinantes. Cada pessoa tem a sua motivação, e por isso qualquer uma delas é válida considerando a liberdade fundamental de todos nós.

Foi em 2011,mais propriamente em Agosto desse ano (uppsss, já se passaram quase 2 anos, custa a acreditar), que num misto muito grande de emoções embarquei naquele voo direto da TAP para a cidade de São Paulo, no Brasil. Foram 10 horas de voo, deixei todas as hesitações e enchi-me de uma coragem que pensei nunca haveria de ter. A razão? O motivo? Porquê? Não foi racional para muitos, o início de um processo de loucura que ao fim de 3 meses iria terminar em um regresso desgostoso a Portugal.Mas felizemente para surpresa de muitos e inclusive minha, aconteceu precisamente o oposto!!

Foi por amor, por paixão, por saudade.....só!

Desde 2009 que este meu amigo e eu (hoje estamos noivos) não fazíamos nada um sem o outro. Uma amizade invulgar, porque apesar dos meus sentimentos serem claros, não eram correspondidos num amor carnal, físico, de amantes...apenas numa singela amizade que se perdia em conversas, passeios, viagens, projectos em conjunto, num presente que era imenso e não deixava prever o futuro.

E o futuro chegou cedo demais, quando em 2011, a amizade não resistiu e cedeu lugar ao amor. Mas infelizmente, 4 meses depois, o Rafha que vivia há já 7 anos longe da sua família e pátria decidiu regressar...Confesso que senti-me traída, não por ele, mas pelas minhas expetativas, de que isso nunca viesse a acontecer. Mas hoje estou aqui, deste lado do oceano e não o condeno em nada, porque não existe um dia, que não sinta saudades e deseje cortar as amarras e voltar para perto da minha família tão louca e disfuncional...mas é a eles que quero! A Portugal....

Muitos me aconselharam a não o fazer...

Acreditei que 99,9% deste plano ia falhar, mas existia 1% de chance de ele dar certo e embarquei nessas poucas milésimas de chance que a vida nos dá de sermos felizes.

Cheguei a adiar por meses,o inevitável.... o coração venceu a razão com um poder arrebatador.

Sem projetos definidos, sem preparação mental para o choque cultural, sem tudo e com nada nas mãos, parti...

Ainda me lembro de sobrevoar São Paulo naquela noite...a imensidão de luzes que iluminavam a cidade, uma visão de tirar o fôlego num extensão geográfica que parecia não terminar nunca...Era o medo, a alegria, a aventura, o risco, a saudade numa mala só a ser recolhida na passadeira do aeroporto. 

No próximo post, vou abrir a mala que permanecia fechada e retirar dela, os segredos desta experiência que pela primeira vez tenho a coragem de escrever sobre ela!






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