Tenho ultimamente sofrido de uma enorme preguiça literária. Eu menina, que aqui há uns anitos não dormia sem ler durante o dia uns bons capítulos de algum livro, agora quando leio uma página começa por me dar um sono descomunal e, eu não gosto disso. Em Fevereiro, agarrei neste livro de J.K. Rowling, muito por culpa do marido que o leu há mais de um ano atrás e desde então não saiu mais da mesa de cabeceira dele. Com a nossa viagem do Brasil para Inglaterra, muitos dos meus livros amados e amigos de longa data tiveram de ser deixados para trás e por isso, este um dos únicos que nos fez companhia de lá para cá, piscava-me o olho. E o Rafha sempre comentava e aliciava para que o lesse também e, quando finalmente lhe dei ouvidos e deixei cair o preconceito... compensou. Sobre a autora sabia pouco, mas não estava disposta a ler algo que fosse do género de Harry Potter, porque não sou fã.
Fiquei surpreendida pela positiva porque é uma crítica aguçada á sociedade atual ou antes á sociedade hipócrita, egoísta em que vivemos. Em que a morte nada é quando outros interesses de poder, dinheiro ou status se cruzam no caminho. O livro é de uma linguagem fluida, natural, de uma descrição de cenários incríveis em que se consegue viajar pelas vilas, ruas e entrar dentro de cada casa e assistir ao desenrolar do drama na primeira fila. A história não tem um final, tal como a vida em si, que continua apesar das pausas e descontinuidades da mesma, mas o fim do livro é simplesmente dignissimo. Leiam, porque sim é bom! E vamos ao próximo.
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